terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um texto entre aspas

Acordei...
E não me perguntes porquê
Pois eu não sei!

Acordei nesta manhã monótona, surrealisticamente pacata, e, se te perguntas o porquê do uso deste advérbio, é que és dos mais dignos paralíticos mentais, destes que não percebem o quão exótico é a existência concreta.
No entanto, espero que não te padeças, pois nem todos nós humanos simiescos somos produto do mesmo genitor, nascem os filhos da oca, os filhos do Pai, os filhos do tédio e os filhos da luta. (Pásmem: nascem também os filhos da puta)
Porém... Quem tu chamas filho do tédio, eu chamo os filhos da dúvida, pois sabido é São Tomé que só crê no que vê, mas mais arguto é quem tudo questiona, não crê, eis os que realmente conhecem: os que sabem não saber. Doutos são aqueles que não admitem a verdade, que não se induzem ao erro da verossimilhança. Aqueles que, entre Górgias e dogmas, nas certezas do talvez, enxergam a realidade como ela realmente é: essencialmente provável, dubitável, nada mais.

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