quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Mão única

Estava eu, absorto em minhas meditações obscuras e altamente prazerosas. Quando, subitamente, sobrevem-me uma mão lívida e carnuda, que, num gesto resoluto, coçou-me a perna. Mas que ser humano são poderia ter agido tão estranhamente?
Teria sido realmente um ser humano?
Teriam sido reflexos de minha mente doente?
Repasso esta pergunta antes para um fenomenólogo que para um psicanalista (Freud, o explicador que me desculpe, mas não confio em postulados, traga-me antes um banquete metafísico).
A restrição dos domínios da ciência da psiqué provém exatamente da sua aplicação prática (pensem sobre isto um pouco e verão que não estou sendo contraditório, pelo menos não de acordo com os meios racionais.)
Em um ligeiro instante, a manada de silhuetas que por mim, (de onde surgiu a curiosa mão) transitou... Desvaneceu no infinito corredor.
Que era aquela mão?

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Às vezes você sentou em cima da sua mão enquanto meditava e ela ficou dormente. Aí seu subconsciente te falou que sua perna tava coçando, e aí você de forma instintiva foi coçar a bixa com a mão dormente, e, por não ter percebido que a mão era sua, já que você não a sentia, levou um sustão.
Ou às vezes foi a mão da metáfora do "pôr a mão na consciência", que de tanto ficar enfurnada na sua consciência em meio aos seus pensamentos, quis espairecer, tomar novos ares, pôr sua mão em outros lugares - no caso, na coceira da perna. o.o
São algumas teorias.